sábado, julho 01, 2006

O assassinato da quimera

Hoje vi alguém se suicidando.
Não por adormecer a matéria, e sim por estrangular os sonhos.
A vida escondida no mundo externo.
Voltar-se para fora e esquecer das vísceras.
E quem mata os sonhos, assina o suicídio.

Escrevi sobre isso.



O assassinato da quimera

As fúnebres lágrimas de sal
Varrem as reentrâncias da minha face
Como a sutil penumbra do roseiral
Morte que morre e que nasce

Filho da virgem, peito coberto
Ah! Outrora sonhei e perdi
As luzes das sombras adormecem perto
Nesse sepulcro em que renasci

O grito se espande pela pátria amada
Do outro lado do rio vejo a cruz
Levantai as mãos e reviva a espada!
Cravando carne a carne dos meus sonhos nus

Paralisia - e o buraco abre-se no mar
São anjos, são doces, asfixias dos céus
Que do cardíaco faz-se pronunciar
Serpentes nos cansados sopros do adeus

Sonho, vida ou morte
Dos punhos florescem chagas na estaca
Sou cadáver desenhando o mundo
Sou o pequeno decompositor que adormece e cala

Gota a gota minhas pálpebras cerram
Ai, plebéios sonhos meus!
Descansem eternos nesse túmulo
Enterro a vida nos cavados olhos teus.





A vida não está em outros olhos que não seja os nossos próprios.
pra essa pessoa: [a capacidade de sonhar é a vontade de viver].

Um comentário:

Anônimo disse...

dona m fogaça....
cadê vc ... me dá o seu tel, alguma coisa q possamos nos comunicar, o cordão se rompeu e agora???
me mande um e-mail.... combine uma hora no msn ... qqer coisa...
quer apenas trocar alguns caracteres com vc.... =]
muitas muitas muiiitas saudades!!!

=****
(sexual maniaco)