terça-feira, julho 27, 2010

Nada

A noite e as estrelas já pintaram as faces. - Ah , há uma lacuna enorme entre o sono e a preguiça que tenho de dormir!

[O delírio é quem elogia]
Pois bem, revivendo a história, não há lacuna alguma. Tenho na metade cheia o sono e na metade vazia a preguiça de dormir. Ou vice-versa. Seja isto ou aquilo, eu tenho algo esta noite.
[O delírio é quem sente]
Eu não tenho nada esta noite - tenho metades vazias e cheias que se anulam e não formam nem isto e nem aquilo. Um todo festivo e sem graça de trapos positivos e negativos que no fim tornam-se incansáveis Neutros.
Neutro? Quem é esse indeciso? Empacoto e o Tédio que venha buscá-lo.

(Penso que talvez se tivesse virado para a esquerda ao invés da direita, nesta noite estaria desabotoando rosas brancas, exausta pelo dia custar a passar e vir a nova manhã para que eu possa desabotoar mais rosas brancas. Talvez fosse uma rapariga qualquer cujos sonhos estariam no próximo folhetim que ainda não foi impresso. Ou ainda, talvez tivesse conquistado o sono profundo, o sono dos que conseguem esquivar-se da vareta zonza cambaleando durante o dia).

Mas eu só penso. Por agora apenas preciso vencer o dilema entre o sono e a preguiça de dormir. E nada mais. O resto vem amanhã (e se tudo der certo, depois do café).