domingo, novembro 11, 2012

Na sinestesia da noite ,
o tormento, o silêncio, as ondas surdas
Uma luz fosca na escrivaninha
ilumina papéis rabiscados sem começo, nem fim.
Pobre luz! Que escolha tem?
Com tantos outros verbos do mundo para dourar,
inclina-se justamente nestes, tão perdidos na noite?
Pobre da luz que não tem escolha.
Pobre as palavras, o vocábulo que não tem gesto
Nem resto, nem nada.
Pobre do verso vazio, que faz-se do avesso
sem luz, sem sal; adoeço.
Com tantos outros rascunhos para inspirar
Pobre fiapo de luz, por quê este?
Sem rima, sem vida
Vocábulos soltos na noite
Por quê este?