Gostaria, mas não tenho suspiros a alfabetizar.
Expiro (e indiferentes são as faces destes colóquios que, custosamente, tagarelam com meus cantos tão ociosamente tracejados).
E justifico: Não quero olho nenhum vislumbrando a minha imperfeição.
E desculpo: Tal indolência não se explica pelo romântico devaneio do Ser - o receio de encontrarem em mim mais do que tolero. Apenas assumo, de prontidão, a minha preguiça em devolver a mesma dedicação que me foi lançada (considero um olhar um pouco mais enfeitado, seja destinado ao bem ou ao mal, como uma grande dedicação, a qual eu não me responsabilizo a compartilhar). Não agradeço, nem omito. Meus olhos têm sido dois portais que desmerecem a garganta e o pulmão.
(Mas de onde vem o ódio se não do breve desejo de amar?)
E tendenciono: Antes entregar-se à ira do que ter que desfilar com olhos estéreis, definhados pelo meio-termo paralítico: nem tão doce, nem tão amargo.
E arrisco-me: Prefiro o doce quimérico, o amargo insuportável, à fastidiosa mistura de tudo (ao menos assim mantenho o paladar persuadido).
Entre isso e aquilo, escolho sentir irracionalmente, escolho a plenitude efêmera de todos os extremos.
A loucura é a expressão dos vivos.
domingo, março 08, 2009
Search
Seguidores
Quem sou eu
- F., Manoela
- Uma vírgula entre duas frases. O ponto é o limite que eu ultrapasso [...] Nasci para, incansavelmente, complementar o que já concluí.