O Louco:
"Uma porta se abre,
e o corpo enfermo fecha.
São janelas da alma que murmuram algo
pouco expressivo
E põem-se a mostrar uma fresta.
Mas de minúcias já estamos enebriados,
Queremos as persianas engolindo o Sol,
e queremos o Sol engolindo as nossas
sombras.
Tem dias que menos é mais
E fraqueza é implorar ao Sol
para cobrir os buracos dos olhos,
para desesperadamente evidenciar alguma coisa
de alguma fresta
perdida em Si".
A loucura:
"Mas diga-me, delírio, quantas palavras são
necessárias para compor um verso?
Dai-me as tuas frestas que até eu,
completamente inútil e vil,
apontarei algo que nem o Sol
e coisa alguma,
somente os teus olhos enfermos e esburacados,
alcançam:
Teu próprio exército.
E, inalcançavel que são,
Apenas os teus olhos secos e moribundos
poderão combatê-lo.
Antes de pretender conquistar o Mundo
Vença a ti mesmo".
Assim falou a loucura. E o louco não entendeu. O louco e a loucura não se entenderam.
A loucura é a expressão dos vivos.
quarta-feira, setembro 14, 2011
Search
Seguidores
Quem sou eu
- F., Manoela
- Uma vírgula entre duas frases. O ponto é o limite que eu ultrapasso [...] Nasci para, incansavelmente, complementar o que já concluí.