sábado, abril 28, 2012

Vontade de ir embora

Arrumar a mala e ir pra lugar qualquer
Ou não arrumar mala nenhuma, partir com o trapo do corpo
e o trapo de dentro do corpo.
Arrastar a moléstia para outras pessoas
E adoecê-las com isso ao fim do dia, curando novas memórias.
Pegar uma condução para a estrada do nada,
que não chega a lugar algum,
que apenas arrasta os trapos da alma e assim finge-se ter alma.
Preciso sentar-me no banco do trem
E ver as árvores passarem, assim como passa também a vida
E sentir, ao observar o mundo do meu ponto relativo,
Que as coisas do outro lado da janela se movem
E nada é estático.
Mesmo que tudo isso seja uma mentira,
que todas as coisas continuem no mesmo lugar
E o que mudou é apenas o meu ponto de referência.

Um comentário:

Bassetto disse...

Belo...