No meio da noite, quando sem pudor invejava o sono das estrelas, abri a janela e encontrei um moribundo dormindo em meu território.
- Xô, xô moribundo!
Ele riu-se todo ao tentar discernir se os meus olhos estavam apavorados por encontrá-lo ali ou por terem revelado a minha moléstia. - Ao menos posso dormir, disse-me.
Vexei-me e tentei contornar. - Eu posso sonhar.
- Ora, ora. Eu posso dormir e sonhar, acordar e continuar sonhando.
Fechei a janela apavorada por terem me descoberto.
Céus! Éramos dois moribundos, com a única diferença de que ele estava de um lado da parede, e eu, do outro.
A loucura é a expressão dos vivos.
Search
Seguidores
Quem sou eu
- F., Manoela
- Uma vírgula entre duas frases. O ponto é o limite que eu ultrapasso [...] Nasci para, incansavelmente, complementar o que já concluí.
3 comentários:
senti saudades dos teus textos... é difícil acompanhar-te sem poder "segui-lá"!
aiai.. vejo que fiz bem em ter voltado... (;
e, note, além de ele - o moribundo do outro lado da parede - ter uma visão mais ampla das estrelas (visto que não havia um teto a obstruir-lhe parte do campo visual), ainda podia sentir o carinho úmido, que caía do céu noturno, sobre seu corpo cansado...
aahhh... e mais uma coisa... lembrei de algo curioso que vi no teu orkut:
XY não é XX.
XY é 666.
tentando decifrar isso, cheguei à frase:
homem não é inteligente, homem é besta.
quis te perguntar, mas pelo orkut não foi possível. então resolvi fazer isto por meio do blog mesmo.
Que tipo de charada é esta que criaste? hahahah
Postar um comentário