segunda-feira, abril 12, 2010

Trapo

No meio da noite, quando sem pudor invejava o sono das estrelas, abri a janela e encontrei um moribundo dormindo em meu território.
- Xô, xô moribundo!
Ele riu-se todo ao tentar discernir se os meus olhos estavam apavorados por encontrá-lo ali ou por terem revelado a minha moléstia. - Ao menos posso dormir, disse-me.
Vexei-me e tentei contornar. - Eu posso sonhar.
- Ora, ora. Eu posso dormir e sonhar, acordar e continuar sonhando.
Fechei a janela apavorada por terem me descoberto.
Céus! Éramos dois moribundos, com a única diferença de que ele estava de um lado da parede, e eu, do outro.

3 comentários:

Camila P. disse...

senti saudades dos teus textos... é difícil acompanhar-te sem poder "segui-lá"!

aiai.. vejo que fiz bem em ter voltado... (;

Camila P. disse...

e, note, além de ele - o moribundo do outro lado da parede - ter uma visão mais ampla das estrelas (visto que não havia um teto a obstruir-lhe parte do campo visual), ainda podia sentir o carinho úmido, que caía do céu noturno, sobre seu corpo cansado...

Camila P. disse...

aahhh... e mais uma coisa... lembrei de algo curioso que vi no teu orkut:

XY não é XX.
XY é 666.


tentando decifrar isso, cheguei à frase:
homem não é inteligente, homem é besta.

quis te perguntar, mas pelo orkut não foi possível. então resolvi fazer isto por meio do blog mesmo.
Que tipo de charada é esta que criaste? hahahah